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Jacotei

terça-feira, 4 de maio de 2010



Secretaria de Saúde confirma epidemia de dengue em Campinas, SP

A Secretaria de Saúde confirmou o estado de epidemia de dengue em Campinas, a 94 km de São Paulo. São 945 casos confirmados somente em 2010, contra 201 registrados no ano passado.

O número não alcança a marca de 300 casos para cada grupo de cem mil habitantes, mas a Prefeitura de Campinas já considera a situação de epidemia porque a doença atingiu praticamente todos os bairros da cidade.

Fonte: Globo

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Biolarvicida em forma de comprimido e elaborado por pesquisadora da UFPE a partir de uma bactéria tem eficácia de 100% na eliminação das larvas do mosquito Aedes aegypti

Um comprimido natural contra a dengue. Esta é a nova forma de combate à doença que está sendo desenvolvida pela pesquisadora e professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Christine Lamenha. Mas não se preocupe, porque o remédio não será prescrito para humanos. Os comprimidos, cujo efeito larvicida se deve a uma bactéria contida neles - estão sendo testados como um novo tipo de inseticida. Uma resposta à resistência desenvolvida pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, contra os produtos químicos utilizados para seu controle - inclusive os aplicados nos chamados fumacês.

“As vantagens de um biolarvicida diante de um inseticida químico são inúmeras, principalmente porque o chamado controle biológico não deixa resíduos no meio ambiente e o risco de seres humanos ou animais serem intoxicados é inexistente”, explicou a professora. A bactéria, letal para as larvas, é ingerida por elas, que morrem pouco depois. A água onde foi adicionado o biolarvicida, porém, pode ser usada e consumida sem nenhum problema por homens e animais, para os quais a bactéria é inócua.

Christine afirma que começou a pesquisa entre 2004 e 2005, quando estava terminando seu doutorado. “Percebi que poderia produzir um biolarvicida à base de Bacillus thuringiensis israelensis (Bti) para o controle da dengue. Esse seria um projeto de grande importância para a saúde pública”. A ideia está sendo apoiada pelo Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), cuja pretensão é produzir o produto em larga escala.

Segundo a pesquisadora, o comprimido também é mais eficaz do que o fumacê quando o objetivo é matar as larvas do Aedes aegypti. “O fumacê e qualquer outro produto químico geralmente atinge apenas a lâmina de água das caixas d’água e cisternas. Mas as larvas se alimentam no fundo dos recipientes”. Outro ponto a favor do uso dos comprimidos é a diminuição dos erros de dosagem. “Quando as pessoas precisam colocar algum produto na água, ficam em dúvida sobre a quantidade, principalmente se a medição é feita em colheres ou gotas. O comprimido elimina as dúvidas. Você coloca um nas caixas de 50 litros e dois nas de 100 litros e assim por diante”.

A escolha pelo Bti foi definida porque o produto é capaz de formar esporos, facilitando a sua produção em escala industrial e a aplicação em campo. Além disso, o microorganismo tem pouca sensibilidade às radiações ultravioleta e condições climáticas adversas, como calor excessivo e baixos índices de umidade, condição que aumenta sua persistência no campo. Durante a pesquisa, Christine precisou produzir e depois separar as células de Bti, além de desenvolver formulações e testes de atividade biológica visando à sua aplicação em campo. “Depois de todo o processo, testamos o comprimido em diferentes tipos de criadouros domésticos no município de Moreno (distante apenas 25 quilômetros do Recife) e tivemos eficácia de mortalidade das larvas de 100%”.

Atualmente, além da produção em larga escala, a pesquisa busca novas formulações e estuda maneiras de aprimorar as apresentações do Bti – tais como a produção de grânulos, de fácil aplicação. O interesse de expandir a produção também é pontuado pela pesquisadora. “Temos uma endemia de dengue e condições de produzir a solução. Se conseguirmos atender Pernambuco e, posteriormente, todo o Nordeste, será excelente”, conclui. Ela adiantou que ainda este ano deve realizar novos testes em outros municípios do interior estado. “Queremos firmar parcerias entre o IPA e as prefeituras”, ressaltou.

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